Em nossos artigos, é comum mencionarmos as normas que regulam e segmentam o mundo dos EPIs, não é mesmo? É importante conhecer cada uma delas para garantir que todas as exigências judiciais e trabalhistas estejam em ordem no seu negócio. 

Quando o assunto é produção e fornecimento para câmaras frias (principalmente luvas), contamos com alguns ensaios necessários, estipulados e exigidos para atestar a qualidade do EPI. É só a partir deles que um equipamento de proteção individual está de acordo com a EN 511 e autorizado para comercialização. O propósito da Qualiflex, muito além de fornecer EPIs de qualidade para os profissionais que atuam na sua empresa, é, também, disponibilizar informações importantes que garantirão o conhecimento necessário para que você não tenha dúvidas no momento de escolher um produto. 

Pensando nisso, nossa equipe especializada criou este artigo com os principais ensaios necessários para a produção de uma boa luva para o segmento de câmaras frias. 

Vale lembrar que, todas as normas com a sigla “EN” são derivadas do segmento europeu que regem os cuidados e equipamentos de proteção individual para diferentes atividades. Falando especificamente sobre luvas, a EN 511 estipula que, para atividades desempenhadas em baixas temperaturas, conta-se com 3 diferentes níveis de desempenho, sendo eles:

– Penetração de água

Este ensaio consiste em afundar a luva vestida em um molde na água por 5 minutos. Após esse tempo, o molde não pode apresentar nenhuma umidade, indicando que a luva é completamente impermeável. 

Aplicabilidade do teste: 


Esse teste já não simula tão bem situações de trabalho em ambientes refrigerados, visto que, em temperaturas negativas, raramente vai haver água em estado líquido, e sim, gelo. Portanto, certos modelos de luvas, mesmo que tenham cobertura de borracha apenas na palma, protegendo as mãos perfeitamente do contato com a umidade, não irão passar. Algumas luvas  fabricadas com materiais impermeáveis, porém com costuras não-seladas, também não irão passar. O teste realmente serve para garantir que as luvas que passarem (resultado 1) serão completamente impermeáveis em qualquer situação.  

– Frio por contato (resistência térmica)

Neste teste utiliza-se uma máquina com 2 placas de metal, com faixas de temperatura diferentes (uma alta e uma baixa). Um recorte do material com o qual é fabricado a luva é colocado entre essas duas placas e então elas são colocadas em contato com a luva. As placas vão tender a chegar na mesma temperatura (uma resfriando e uma se aquecendo), e o material da luva vai retardar esse processo, então quanto mais lenta for essa troca de calor entre às duas placas, mais eficiente é o material da luva, e maior sua resistência térmica.

Aplicabilidade do teste: 

Esse teste também é uma ótima simulação da eficiência da luva para o contato com objetos frios, dado que a mão (quente) contará com a luva como única barreira contra o frio do objeto, logo, quanto maior o resultado neste ensaio, mais eficiente será a luva para manter as mãos na temperatura corporal correta (36 °C.) mesmo em contato direto com objetos resfriados como caixas, alimentos, gelo, etc.

– Frio por Convecção (isolamento térmico)

Para realizar este ensaio, é utilizada uma máquina que simula um braço exposto a uma temperatura baixa., como na foto abaixo. Esse braço é ligado a terminais elétricos e à resistências elétricas que o aquecem. Quando o teste inicia, veste-se uma luva no molde térmico, a câmara é fechada, e resfriada, de modo que se possa medir a quantidade de calor que o molde perdeu, e calcular quão eficiente foi a proteção da luva para evitar essa perda de calor.

Aplicabilidade do teste: 

Esse teste simula perfeitamente uma situação onde a mão exposta ao frio conta com a proteção da luva para evitar o contato direto com o frio do ambiente, sem contato direto com objetos. De forma prática, simula a eficiência da luva térmica em proteger um trabalhador em um ambiente refrigerado que tenha muito pouco ou nenhum contato com objetos frios. 

É importante mencionar (de forma bem simplificada) que os ensaios não têm seu resultado expresso em “temperatura limite de operação” ou “tempo de exposição”, como por exemplo:

“Pode ser usada até -35 °C durante 1 hora”.

Assim como, por exemplo, luvas para riscos mecânicos não tem seu resultado no quesito corte expresso em “quão afiada a chapa pode ser para que a luva não sofra o corte”. No caso do corte, o resultado pode variar de 1 – 5 ou de A a F. Então cabe avaliar cada atividade, se o risco de corte é grande, se historicamente neste posto de trabalho já houve acidentes, se as chapas ou objetos são de fato muito afiados e utilizar a luva que tenha proteção suficiente.

O mesmo vale para luvas para baixas temperaturas. Os Resultados variam de 1 a 4, sendo 1 o pior e 4 o melhor. Logo, para atividades mais frias, longos tempos de exposição, manipulação prolongada de produtos congelados, deve-se buscar luvas com resultados maiores, como 3 ou 4.

Além disso, diferente de luvas contra o corte, para escolher as luvas contra o frio é totalmente seguro realizar um teste. Busque uma luva que tenha resultados compatíveis com o nível de proteção esperado, e realize um teste no local de trabalho.  Caso o usuário considere que está passando frio, ou sentindo tremores, falta de força ou rigidez nos dedos, interrompa o teste, reaqueça as mãos, e busque uma luva mais reforçada.